segunda-feira, 13 de junho de 2011

Análise crítica – S9 Implicações Educacionais.


Nome: Mayara Raquel Filier          RA: 103540     
EL511 – Psicologia e Educação    Profª Drª Heloísa Matos Lins                     
Análise crítica – S9  Implicações Educacionais.
Desenvolvimento e Aprendizagem
Na educação, a questão da relação entre os processos de desenvolvimento e de aprendizagem é algo que preocupa os professores, educadores, preocupa a todos pois tentamos achar um meio, uma resposta para entender como o desenvolvimento humano se dá, e como e o que é possível para que este se dê.
Este é um tema central no pensamento de Vygotsky. Pare ele, a aprendizagem está relacionada ao desenvolvimento desde o início da vida humana sendo “um aspecto necessário e universal do processo de desenvolvimento das funções psicológicas culturalmente organizadas e especificamente humanas”(Vygotsky, 1984, p.101).
O homem nasce com certas características próprias da espécie (por exemplo, a capacidade de enxergar com os dois olhos), mas as chamadas funções psicológicas superiores, aquelas que envolvem a consciência, ações voluntárias e deliberadas, dependem de processos de aprendizagem, sendo que este se dá em relações entre indivíduos, não apenas entre o indivíduo e o meio. Porém, a presença do outro social pode se manifestar por meio dos objetos, da organização do ambiente, dos significados que impregnam os elementos do mundo cultural que rodeia o individuo (por exemplo, a criança aprender o que é uma cadeira, não precisa que ninguém explique, pois isto está imerso no seu ambiente cultural- o significado/uso da cadeira- já se internalizou sem precisar ser explícito).
Por outro lado, quando a aprendizagem é, sim, um resultado desejável de um processo deliberado, explícito, intencional, a intervenção pedagógica é um mecanismo privilegiado. E a escola é o lugar onde o ensino-aprendizagem ocorre: sua finalidade envolve, por definição, processos de intervenção que conduzam à aprendizagem. Na escola, o professor é uma pessoa real, fisicamente presente diante daquele que aprende, com papel explícito de intervir no processo de aprendizagem (e, portanto de desenvolvimento), provocando avanços que não ocorreriam espontaneamente. A intervenção deliberada dos membros mais maduros da cultura no aprendizado das crianças é essencial no seu processo de desenvolvimento.
Neste sentido da escola como local onde o ensino-aprendizagem ocorre Wallon propôs o projeto Langevin-Wallon, cuja diretriz norteadora é construir uma educação mais justa para uma sociedade mais justa. As ações propostas repousam sobre quatro princípios:
Justiça: qualquer criança tem igual direito ao desenvolvimento completo; a única limitação que pode ter é a de suas próprias aptidões.
Dignidade igual de todas as ocupações: todas as profissões se revestem de igual dignidade, ou seja, o trabalho manual, a inteligência prática não podem ser subestimados.
Orientação: o desenvolvimento das aptidões individuais exige primeiro orientação escolar, depois orientação profissional.
Cultura geral: Não pode haver especialização profissional sem cultura geral. Só uma sólida cultura geral libera o homem dos estreitos limites da técnica; a cultura geral aproxima os homens, enquanto a cultura específica os afasta.
Abrindo um parêntese bem grande, estamos caminhando, há algum tempo, contra a maré, contra essas idéias que poderiam vir de encontro conosco e nos fazer melhor como seres humanos, como seres que habitam um só planeta, que é de TODOS, não de uma minora que faz as regras, que faz com que justamente nos tornemos seres cada vez mais individualistas, consumistas, mecanizados, que deixemos de nos tornar seres humanos, onde o que importa é só o dinheiro, um dinheiro que representa o poder, a supremacia, que representa estar no topo na pirâmide. Pirâmide esta que pode ter a sua base, o seu alicerce bem estruturado tirando do ápice a ganância e a ambição do ser humano, e dando lugar assim a uma sociedade onde há sim conflitos (é necessário e importante que estes existam), mas que haja o respeito, o respeito com a nossa espécie, que tem a capacidade de transformar o mundo. Sim, podemos fazer algo a respeito da educação (a base, o alicerce da pirâmide) mesmo que seja em passos de tartaruga. Estamos lutando contra uma maré gigantesca, mas devemos lutar, devemos acreditar que há algo para ser feito, que o ser humano ainda tem algo dentro de si que precisa ser despertado.  Bom, são coisas que me deixam não diria revoltada, mas com forças de cada vez acreditar mais naquilo que nós educadores devemos e podemos fazer. Nós temos um poder que não se fundamenta no dinheiro (principalmente com o “salário” que recebemos) mas sim em algo mais valioso do que isso, na formação de pessoas, de seres fantásticos que  são capazes de transformar o mundo e as pessoas ao seu redor.
Bom, por hora é o que tenho a dizer. Talvez não seja um tipo ideal de resenha para se fazer, mas foi o que me despertou enquanto escrevia e creio que o que devemos fazer como educadores (práticas de ensino no desenvolvimento e aprendizado das pessoas) não estão escrito a grosso modo, não há um manual de como ser professor ou educador, mas há livros, pesquisas, teses, infinitas possibilidades que nos dão base, e muito sólida por sinal - como foram os textos discutidos ao longo do semestre e até mesmo os que serão ao longo de toda a vida (não só acadêmica) – suficientes para fazer o que realmente acreditamos e dar a outras tantas pessoas o poder e o direito de também fazer o que acreditam e o que sonham em prol da humanidade. 

Pensar a educação- Contribuições de Vygotsky. Marta K. Oliveira. 
Almeida L.R.; Henri Wallon Psicologia e Educação. Editora Loyola.

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