terça-feira, 7 de junho de 2011

Análise crítica - semana 9

A disciplina, que analisou parte por parte do trabalho de Alguns psicólogos educacionais, chegou, seguindo uma ordem lógica, às implicações dos estudos realizados até aqui na sala de aula. Veremos, portanto, como as teorias de Vygotsky, Piaget e Wallon podem ser aplicadas no âmbito educacional.
Para Piaget, como já foi pontuado em sua teoria, a aprendizagem escolar deve seguir o desenvolvimento. Van der Veer (xxxx) pontua que, nesta teoria, a visão do professor sobre o aluno é sempre baseada nos erros, e que sua avaliação depende exclusivamente do seu comportamento na escola.
Portanto, o autor sugere que a observação de Vygotsky sobre o ensino é válida: para ele, a aprendizagem tem um ‘desenvolvimento próprio’, que ela própria é capaz de gerar o desenvolvimento de aluno, e não o oposto (depende do desenvolvimento para ocorrer). Ainda seguindo esta lógica, o ensino só se torna efetivo, portanto, quando ele mesmo impulsiona o desenvolvimento.
Outro ponto da teoria de Vygotsky que tem relação direta com a sala de aula é a Zona de Desenvolvimento Proximal. Considerando que, para atingir este processo, a criança deve entrar em contato com outros que a impulsionem no desenvolvimento, é visível que a escola é um ambiente ideal para proporcionar este tipo de relação. Tanto a relação professor aluno, quanto a relação entre pares é benéfica na troca de experiências, para que o aluno atinja um patamar de conhecimento maior do que o que desenvolveria sozinho.
Para Marta Khol (xxxx),  Vygotsky menciona três pilares da educação que só são alcançados no ambiente escolar: a noção de perspectiva de aprendizagem (com a Zona de Desenvolvimento proximal); a interligação entre aprendizagem e desenvolvimento, em que a primeira consegue impulsionar a outra; e a importância da atuação dos outros membros do grupo social na mediação entre cultura e indivíduo.
O último autor que procuramos relacionar com as práticas escolares é Wallon. Este se envolveu, ao longo de sua história, com projetos pedagógicos inovadores, na tentativa de alterar a relação escolar que considerava obsoleta. Um de seus projetos, ‘Langevin – Wallon’ tinha algumas bases educacionais interessantes, mas que não foram apropriadas pelos demais como diretriz. Ela contava com o ensino da justiça, da dignidade igual de todas as ocupações, orientação e cultura geral.
Wallon não se importava com a duração das jornadas letivas, e sim com a forma de execução do trabalho docente. Portanto, prezava pela formação adequada dos docentes como um dos pontos principais, para o bom funcionamento de seu método. Ainda, este método contava com uma perspectiva diferenciada: buscava adequar as aulas às capacidades dos alunos, alternando trabalhos individuais e trabalhos em grupo.
Relacionado à afetividade em sala de aula, Wallon também trouxe benefícios à educação. O autor preza pela montagem das aulas de uma forma que respeite o mundo infantil; e não como algo taxativo e unidirecional, que é imposto aos mais novos. Na relação coletiva, ele ainda menciona que a formação dos grupos escolares permite a suplantação dos grupos espontâneos, aumentando a interrelação entre os alunos.
O papel do professor na intervenção deve ser pautado, também, na afetividade. E para Wallon, a forma como o professor demonstra isto é a partir do respeito, da observação e zelo nas aulas.
Finalizando o curso, conseguimos adaptar algumas características dos autores às práticas em sala de aula. Entramos no curso de uma forma e agora conseguimos levar novas concepções às nossas práticas. Somos capazes de entender mais sobre as necessidades das crianças:
“(...) As crianças tem necessidade do pão, do pão do corpo e do pão do espírito, mas necessitam ainda mais do seu olhar, da sua voz, do seu pensamento e da sua promessa. Precisam sentir que encontraram, em você e na sua escola, a ressonância de falar com alguém que as escute, de escrever a alguém que as leia ou as compreenda, de produzir alguma coisa de útil e de belo que é a expressão de tudo o que trazem nelas de generoso e de superior (...).”
Pão e rosas. Célestin Freinet, A pedagogia do bom senso
BIBLIOGRAFIA:
- VAN DER VEER e VALSINER. Educação e Desenvolvimento. In: Vygotsky - uma síntese. Editora Loyola.
- OLIVEIRA, Marta KohL. O pensamento de Vygotsky como fonte de reflexão sobre a educação. In: Caderno Cedes, ano XX, nº35, Junho/2000.
 - ALMEIDA, L. R.; Henri Wallon Psicologia e Educação. Editora: Loyola
Daniele Medeiros - 090853

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