sábado, 16 de abril de 2011

Análise crítica - S2

Nome: Bruno Naomassa Hayashi                            RA: 072866        
EL511 – Psicologia e Educação                    Profª Drª Heloísa Matos Lins                     
Análise crítica – S2 - Histórico / Biografia

                De família judaica bem constituída, Lev Semyonovitch Vigotski nasceu e cresceu em Gomel na Bielo-Rússia, tendo aí uma rica primeira formação. Estudaria mais tarde na Universidade de Moscou, onde se gradua em Direito e Filologia no ano de 1917, marco da revolução bolchevique. Depois de uma fase em Gomel, ministrando aulas e participando ativamente da vida cultural da pequena cidade, Vigotski volta para Moscou em 1924 iniciando então a curta, mas fértil e decisiva fase para a psicologia soviética e mundial. (VAN DER VEER, 1999)
Apesar de ter vivido apenas 37 anos (Gomel, 05 de Novembro de 1896 – Moscou, 11 de junho de 1934), Lev Vigotski deixou um legado e uma contribuição definitiva e duradoura para a psicologia. Junto a uma equipe de dedicados colaboradores, em vistas a uma revisão crítica de todas as principais teorias psicológicas de sua época sob uma perspectiva marxista, Vigotski procurou enfrentar as principais lacunas e limitações dessas escolas. Nesse sentido, percebe, por um lado, o pouco alcance do behaviorismo (limitado profundamente às unidades estímulo-resposta) quando tenta enfrentar as funções psicológicas superiores e, por outro, a pouca profundidade da análise mentalista da Gestalt que apenas descrevia os fenômenos psicológicos superiores, sem lograr uma explicação dos mesmos. “O que Vigotski procurou foi uma abordagem abrangente que possibilitasse a descrição e explicação das funções psicológicas superiores, em termos aceitáveis às ciências naturais” (COLE e SCRIBNER, 2007, XXIII-XXIV).
                Para satisfazer esses requisitos, Vigotski, grosso modo, buscou desenvolver um método que vislumbrasse os entrelaçamentos entre os processos naturais do ser humano assim como seus mecanismos sensórios e os processos culturalmente determinados, possibilitando uma melhor visão da formação das funções psicológicas dos adultos. Assim junto do próprio processo de maturação (entre outros desenvolvimentos biológicos), ganha profunda importância as interações sociais e a forma como esses dois aspectos se desenvolvem no ser humano. Exemplarmente, no caso das crianças (de certo modo, o objeto de pesquisa privilegiado por Vigotski), vale aqui citar Luria, importante colaborador e discípulo, a respeito do processo de descolamento da criança do adulto e a conseqüente interiorização nela dos processos de apreensão e significação do mundo: “É através dessa interiorização dos meios de operação das informações, meios estes historicamente determinados e culturalmente organizados, que a natureza social das pessoas torna-se igualmente sua natureza psicológica” (LURIA, 2001, 27). É no sentido dessa citação que se pode entender melhor a perspectiva de nosso autor enquanto uma perspectiva histórico-cultural dentro da psicologia. Afinal, Vigotski “foi o primeiro psicólogo moderno a sugerir os mecanismos pelos quais a cultura torna-se parte da natureza de cada pessoa” (COLE e SCRIBNER, 2007, XXIV).

Bibliografia

COLE, Michael e SCRIBER, Sylvia. Introdução. In: VIGOTSKI, L. S. A Formação Social da Mente. São Paulo: Martins Fontes, 2007.
LURIA, A. R. Vigotskii In: VIGOTSKI, L. S., LURIA, A. R. e LEONTIEV, A. N. Linguagem, Desenvolvimento e Aprendizagem. São Paulo: Ícone, 2001.
VAN DER VEER, René. Lev Vigotsky. In: VAN DER VEER, R. e VALSINER, J. Vygotsky uma síntese. São Paulo: Edições Loyola, 1999.

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