Ana Carolina Mayumi Inuy- dança 09
Análise Crítica do texto: Imaginação e criação na infância de Lev S. Vigotski
O início do texto pode ser árduo a princípio: a apresentação da professora e doutora Ana Luiza Smolka em alguns momentos torna complexo o que posteriormente Vigotski traz de maneira tão simples através de suas alegorias e comparações.
O fato de ele ter sido professor de literatura, acredito eu, foi fator essencial para a criação de uma sensibilidade mais propensa à arte e à emoção, o que me agradou logo no preâmbulo. No universo da dança, a preocupação com a criação se deve exclusivamente a produtos; e não como as definições que Vigotski apresenta em que o criar não deve ser atrelado exclusivamente à externalização. Sou a favor de uma valorização do pensamento ou do sentimento como criação e não apenas à produtividade, ou como diz Vigotski “imaginação cristalizada”.
No meio artístico, o valor da criação é muito maior do que o dado no meio comum, a criação está obrigatoriamente ligada à apresentação e exposição dos frutos da imaginação, por questões, inclusive, de sobrevivência. O que dificulta o trabalho do artista, uma vez que não é possível se criar do nada, e em algumas situações, a banalização dos conceitos nos cega ao verdadeiro significado deles, como por exemplo, o fato de que acreditarmos pragmaticamente que muito do que fazemos corriqueiramente não é criação, ou no caso, não pode ser aproveitado do âmbito artístico.
Ou então, a super-valorização do ser como um ser criador, seja ele um inventor, um escritor, um músico ou um coreógrafo. Como criar do nada? O ego do artista às vezes impede de perceber que suas criações são nada mais nada menos do remanejamentos e colagens de suas experiências e vivências, ou segundo Vigotski, “criação reconstituidora”. Uma vez que isso acontece, porém, acredito que possa ser chamado de uma nova criação.
Bibliografia:
-VIGOTSKI, Lev S. Imaginação e criação na infância. Ensaio Psicológico para professores. Editora Ática.
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