sexta-feira, 22 de abril de 2011

Análise crítica - s3 e s4

Nome: Bruno Naomassa Hayashi                                            RA:072866
EL511 – Psicologia e Educação                                                  Profª Heloisa Matos Lins
Análise crítica S3/S4 – Desenvolvimento e Aprendizado

                Talvez com leituras futuras de outros pensadores a respeito da aprendizagem será possível pôr em questão ou, ao menos, pôr em teste o conceito de Vigotski, mas a princípio a noção de zona de desenvolvimento proximal (ZDP) parece bastante acertada para explicar a dinâmica entre o desenvolvimento do ser humano e o seu aprendizado assim como para auxiliar em um melhor trato com o ensino, especialmente das crianças, mas também de adultos. A ZDP se define como “a distância entre o nível de desenvolvimento real, que se costuma determinar através da solução independente de problemas, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através da solução de problemas sob a orientação de um adulto ou em colaboração com companheiros mais capazes” (VIGOTSKI, 2007, p. 97, grifo meu). Para Vigotski, o aprendizado age justamente nessa ZDP, criando ela e desdobrando aquilo que há de potencial no desenvolvimento da pessoa.
Considerando que em todo e qualquer momento da vida existe algo como essa zona de desenvolvimento proximal, ou seja, que para além daquilo que nós já dominamos, existe sempre a possibilidade para conhecimentos novos ou para o desenvolvimento de saberes latentes, considero possível afirmar que o autor capta com seu conceito a essência do processo de aprendizado humano. Indo ainda mais longe. Dada a plasticidade da constituição biológica humana, especialmente no que se refere ao cérebro, aberto às mais diversas possibilidades de desenvolvimento, caberá, segundo Vigotski, justamente às interações sociais e às transmissões, significações e ressignificações culturais inerentes a essas interações, moldar de forma “final e completa” o ser humano. Ora essa dinâmica em seu resultado nada mais é do que o ensino e a aprendizagem de conhecimentos, hábitos, valores, etc., sendo, portanto, equivalente ao processo de aprendizado visto mais acima. Assim, ainda que como hipótese, é possível dizer que captando com o conceito de ZDP a essência do processo de aprendizado, Vigotski estaria além do mais captando, de um ponto de vista abrangente, a essência de outro processo ainda mais complexo: aquele pelo qual o ser humano se torna ser humano.
A isso se somaria ainda as explicações dadas pelo bielorrusso sobre as funções psicológicas superiores e sua interiorização (outro aspecto essencialmente humano), isto é, dos experimentos e pesquisas feitas sobre atenção, percepção e memória, que permite observar aquele processo geral de forma ainda mais detalhada. Com todo esse conhecimento e conclusões não resta dúvidas que ao permitir o entendimento dos homens em seu processo de desenvolvimento e aprendizado, os professores do presente e do futuro terão um ótimo aparato para a prática e poderão interferir na formação das pessoas de forma científica, precisa e significativa. Mas, ainda não me foi possível vislumbrar de forma mais concreta a aplicação dos princípios vigotskianos em uma sala de 30 ou 40 alunos de ensino médio, que no Brasil em geral se encontram em níveis de desenvolvimento real (e, portanto, potencial) bastante distintos, tornando complicado explorar um ensino frente a zonas de desenvolvimento proximais tão diversos. Já percebo, apesar disso, que as diretrizes para políticas educacionais de maior alcance (ao ter de pensar no percurso escolar como um todo) têm muito a se beneficiar das conclusões sobre desenvolvimento humano de Vigotski.     

Bibliografia:
VIGOTSKI, L. S. A Formação Social da Mente. São Paulo: Martins Fontes, 2007.

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