domingo, 5 de junho de 2011

análise crítica S-9

Análise crítica S-9
Yan Caramel Zehuri Ra – 089978

As contribuições de Vigotsky e Wallon podem ser lidas de modo complementar em muitos aspectos. Aqui, tratarei de levantar alguns pontos em comum na teoria de ambos, relacionando-os um com o outro e ambos com um discurso político revolucionário.
Na teoria de Vigotsky existe um elemento interessante para pensar a determinação social do desenvolvimento psicológico e o sujeito como protagonista da aprendizagem e do desenvolvimento. Para este autor, a aprendizagem é condição para o desenvolvimento. Este último domente se verifica atravéz do impulso criador possibilitado pela aprendizagem, concepção distinta de muitos outros psicólogos da educação que dirão o inverso ou que ambos ocorrem simultaneamente. Porém, para Vigotsky, o desenvolvimento deve ser considerado em um âmbito social,  o eu não ocorre quando pensamos o desenvolvimento como impulso para a aprendizagem. Neste caso, pensa-se o desenvlvimento como uma evolução biológica que possibilita as condições para aprendizagem de conteúdos cada vez mais complexos. Isso não significa que o autor desconsidera o âmbito biológico, contudo, o faz de modo a articular as outras esferas da gênese do ser humano: ontogênese, microgênese, e as que já referimos, sociogênese e filogênese.
A inovação é que a teoria permite-nos considerar a formação do indivíduo em sociedade, sem eliminar da análise a inegável participação dos fatores biológicos. O interesse de Vigotsky é colocar o homen no centro da teoria e não a natureza. Por isso o papel do educador como mediador do indivíduo com a cultura. O meio é determinante para a formação do indivíduo, e constitui uma forma de mediação espontânea. Contudo, é a possibilidade de intervenção do professor de modo consciente que permite o desenvolvimetno das funções psicológicas superiores, ligadas a ação voluntária e deliberada e planejamento. Este não é considerado como um objetivo que se alcança pela travessia de uma fronteira clara: outra contribuição deste autor é a percepção do processo de ensino-aprendizagem. O bom ensino deve antecipar o desenvolvimento, criar as condições que sustentam este último e para explicar este processo o autor lança mão do conceito de zona de desenvolvimento proximal.
O segundo autor que quero mencionar é Wallon, que possui contribuições que vão no mesmo sentido, humanista, que o autor ciado acima, porém, com outros elementos igualmente interssantes. Wallon participou de uma reforma do ensino francês e desenvolveu muitas reflexões que tocam na questão do ensino, mesmo quando não são diretamente voltadas para este. Uma delas é sobre o papel da escola no processo de humanização do indivíduo. Nesta idéia está contida a concepção de formação psicológica do indivíduo em sociedade, de modo semelhante que em Vigtsky. Contudo, Wallon chama atenção para as fases do desenvolvimento da criança e como o professor deve relacionar com as diferentes fases e nas diferentes circunstâncias.
Um elemento central desta teoria é o papel da afetividade para o sucesso ou fracasso da atividade pedagógica. Por exemplo, a criança pequena se caracteriza por uma fase de carência afetiva e sensibilidade tactil, o adolescente, ao contrário, expressa sua afetividade na oposição ao adulto ou pela necessidade de reconhecimento de suas idéias, fase em que a cognição racionaliza as emoções. O autor propõe uma concepção monista da dimensão emocional e cognitiva, tradicionalmente contrapostas no âmbito do conhecimento científico. O profesor deve preparar-se para relacionar-se da melhor forma com estas fases, conhecendo-as.
Ambos os autores são guiados por idéias humanistas, pelo princípio da determinação social do homen e, portanto, do homen como sujeito social, protagonista das transformações na sociedade. Nota-se a influência do Marxismo em ambas teorias e podemos sugerir, inclusive, uma relação íntima entre o desenvolvimento individual e transformação social, revolução. Em Vigotsky, aparentemente, as funções psicológicas superiores seriam caracterísicas imprtantes para a ação transformadora e essenciais para uma sociedade sem classes. Em Wallon, a escola deveria transmitir os valores necessários para uma relação afetiva positiva em determinada coletividade, preparando esses indivíduos para combater o individualismo e a indiferença. Estes são alguns aspectos levantados, porém poderiam ser muitos outros que demonstrassem a perspectiva revolucionária destes teóricos da psicologia da educação.

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