sábado, 4 de junho de 2011

Atividades Praticas 2

Tive a oportunidade de assistir a uma atividade de apresentações dos alunos da classe de percussão, que reuniu alunos de cinco cidades diferentes.
Os alunos se reuniram em um teatro, e havia um educador responsável por ser o “apresentador” do encontro. A acredito que foi criado um ambiente bastante agradável, e o educador responsável pelas apresentações procurou sempre criar um bom clima com os alunos, e um ambiente de respeito, pois sempre incentivava os jovens a aplaudirem os grupos que iam se apresentar, tanto na entrada, na saída, e entre as músicas, e a manter o silencio durante as apresentações.
Quanto as apresentações, cada cidade apresentou três peças, a primeira apenas usando percussão corporal e as outras duas usando diversos instrumentos de percussão. Durante as apresentações vários aspectos me chamaram a atenção, e acredito que podem ser relacionados com a teoria estudada.
Em primeiro lugar acredito que a afetividade seja um importante, pois havia uma preocupação dos educadores em trabalhar com os alunos os sentimentos de nervosismo diante de uma apresentação. Além disso a relação entre os alunos e educadores pareceu ser bastante boa, pois os professores muitas vezes desempenhavam o papel de reger as apresentações, e dessa forma uma relação de confiança com os alunos se torna fundamental, e reflete diretamente no resultado das apresentações, e aparentemente todos os alunos pareciam tocar com prazer, felizes com o que estavam fazendo.
Outro aspecto que notei foi que os alunos, juntamente com o professor, eram responsáveis pelos instrumentos que levavam de suas cidades, e os alunos ajudavam os educadores no trabalho de desmontar e carregar os instrumentos. Acredito que esse taralho seja importante no desenvolvimento da autonomia dos alunos, pois o cuidado com os instrumentos e a ajuda na preparação do evento é feita pois isso adquire significado para eles, e não por simples obediência a ordens e medo de punições.
Quanto à parte artística das apresentações, o resultado musical foi bastante interessante. Houve uma preocupação dos educadores de se trabalhar aspectos como timbre e intensidade de forma bastante clara, e de acordo com comentários feitos pelos educadores, os alunos eram sempre incentivados a participar da elaboração dos arranjos das peças. E todas as cidades tinha algum momento das apresentações aberto a improvisações dos alunos.
Pode-se observar que o tempo de trabalho fazia diferença no resultado das apresentações. O tempo de trabalho com os alunos variava de menos de um ano a mais de quatro anos. As cidades que desenvolviam um trabalho mais longo apresentaram peças de maior complexidade.
A ultima apresentação foi uma das que mais me chamou a atenção. Era a cidade que havia mais tempo de trabalho, e as peças foram apresentadas com um rigor musical bastante grande. A atitude dos alunos tocando era de muita alegria, todos estavam felizes de estar lá, e pela minha opinião, apresentaram muito bem peças de complexidade musical bastante considerável. Isso me fez refletir sobre como um trabalho com crianças e jovens pode gerar um resultado muitas vezes acima do esperado, e que talvez, na verdade esperamos menos dos jovens do que eles realmente possam fazer. Acredito que um grupo engajado, bem orientado e que trabalha em algo que adquire significado para ele, pode produzir resultados de alto nível. Talvez então a qualidade do trabalho feito pelas crianças e jovens não se deva unicamente às suas “capacidades”, mas também, a como essas capacidades são aproveitadas e estimuladas. Ou seja, acredito que o resultado do trabalho está diretamente relacionado à qualidade da mediação do educador.

Filipe A. Couto Ra: 081402

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.