segunda-feira, 30 de maio de 2011

Análise Crítica referente às semanas “07” e “08”

Nome: Shellen Grace de Almeida da Silva               RA: 106951
Disciplina: EL – 511/ Turma I                             Profª Drª: Heloísa Lins 

       Tanto para Vigotsky quanto para Wallon, a afetividade tem fundamental importância no desenvolvimento, pois está presente no processo de apropriação da cultura pelo indivíduo: somos marcados por relações afetivas desde o início de nossas vidas, e é através delas (no processo de mediação) que nos apropriamos dos elementos culturais que farão parte de nossa “memória discursiva”.
            Com a leitura do texto de Ana Luiza Smolka, O (im)próprio e o (im)pertinente na apropriação das práticas sociais, fica claro que a questão do sentido é bastante problemática no que diz respeito à mediação do sujeito, pois cada pessoa é cercada por uma combinação de afetividades que não são iguais à de outra (por mais parecidas que possam ser). Smolka diz que “todas as ações adquirem múltiplos sentidos, tornam-se práticas significativas, dependendo das posições e dos modos de participação dos sujeitos nas relações (2000, p. 26)”. Por isso, o gesto de um “mediador”, às vezes, pode ter sentidos bem diferentes para o “mediado”. E esse sentido depende muito dos valores, das crenças, da própria cultura que o indivíduo adquiriu em seu processo de desenvolvimento. São estes elementos (os internalizados por nós através da cultura) que nos guiarão na definição do sentido.
            Por sermos sujeitos formados pelo meio e pelo outro, não podemos tratar a questão da afetividade isoladamente da questão da mediação, pois, para internalizarmos tudo aquilo que, em um primeiro momento, nos é exterior, dependemos da presença de relações afetivas nas atividades de mediação; assim é que nos tornarmos sujeitos. Ora, se as nossas primeiras reações quando recém-nascidos já são emocionais, que podemos dizer de todas as outras relacionadas ao processo de mediação. A afetividade é, pois, uma constante em todo o processo de desenvolvimento: é através dela que o indivíduo estabelecerá sua relação com o objeto no mundo, no processo de mediação.
            Para Wallon, existem quatro núcleos funcionais que determinam o processo de desenvolvimento humano: a afetividade, o conhecimento, o ato motor e a pessoa. Ele também propõe cinco estágios para o desenvolvimento: impulsivo emocional, sensório motor e projetivo, personalismo, categorial e da adolescência. Apesar da alternância entre predomínio cognitivo e predomínio afetivo (predominância funcional) e da inversão da orientação da atividade de interesse da criança (alternância funcional), afetividade e cognição não podem ser tratadas isoladamente. E eu concordo com Wallon nesse ponto, pois, se o cognitivo não fosse afetivo (em uma prática pedagógica, por exemplo), crítica e elogio, positivo e negativo, 0 e 10 não se diferenciariam nem um pouco, pois teríamos as mesmas reações emotivas em qualquer um deles, não importa qual fossem. Mas não é assim que ocorre, porque temos emoções diferentes quando ouvimos uma crítica e um elogio, por exemplo.
            Dessa forma, pode-se dizer que, através do processo de mediação pelo qual passa o indivíduo, não só as características dos processos psicológicos superiores, mas também as afetivas serão determinadas no sujeito. Por isso que um gesto de um professor poderá ser crucial na decisão de um aluno de amar ou odiar determinada disciplina.

Referências Bibliográficas:

BOCK, Ana M. B.; GONÇALVES, M. Graça M.; FURTADO, Odair (Orgs.). Psicologia Sócio-Histórica: Uma perspectiva crítica em psicologia. São Paulo. Cortez, 2001.

Galvão, Isabel. Henry Wallon. Uma concepção dialética do desenvolvimento infantil. Petrópolis. Vozes, 1995.

LEITE, Sergio A. da Silva. Afetividade e práticas pedagógicas. 1ª Ed. São Paulo. Casa do Psicólogo, 2006.

SMOLKA, Ana. L. O (im)próprio e o (im)pertinente na apropriação das práticas sociais. Cadernos Cedes. Nº 50, 2000.

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