segunda-feira, 9 de maio de 2011

Hipótese de Trabalho (Grupo Aprendizagem/representações sociais)

Hipótese de Trabalho  (Grupo Aprendizagem/representações sociais)

Aspecto da aprendizagem:
            Durante as observações preliminares na escola, pude observar que a estratégia dominante para o ensino da filosofia pelos professores foi a interface filosofia e cultura. Tal abordagem, apesar de problemas pontuais, me pareceu produtiva na medida em que: socializa o estudante na cultura, torna o conteúdo da filosofia, mais palpável e próximo dos alunos, assim como, acaba por despertar o interesse dos próprios alunos, uma vez que eles se sentem concernidos pelo conteúdo da aula, podendo até mesmo sugerir temas.
            Ou seja, a cultura é instrumentalizada para o ensino de filosofia, só que, ao mesmo tempo, o aluno é introduzido a aspectos novos e diferentes da cultura, enfim, essa abordagem é dupla: ao mesmo tempo em que se utilizam exemplos concretos das artes (corporais, audiovisuais, plásticas), para passar o conteúdo específico da filosofia, o próprio conteúdo da cultura, na qual o aluno está inserido, lhe é ensinada. Enfim, o aluno aprende a filosofia através de aspectos de manifestação concretos e, coincidentemente, é socializado na cultura.
            Do ponto de vista da teoria de Vygotski, a Cultura, aspecto da sociogênese do indivíduo, é usada – e ao mesmo tempo aprendida – para o ensino de um conteúdo específico, no caso filosofia. Só que essa relação se complica e se enriquece, uma vez que lembramos que a linguagem joga um papel central e articulador na teoria do nosso autor, isto é, através da linguagem a cultura é apreendida em vistas da filosofia. Ao mesmo tempo em que a única contribuição concreta possível da filosofia é fornecer ferramentas de refinamento para os alunos do uso da própria linguagem natural.
            Portanto, temos um movimento em espiral: a cultura ensinada através da linguagem, concretiza o conteúdo da filosofia, que, por sua vez, potencializa um uso mais refinado da própria linguagem.       
            A questão então que se colocaria seria em até que medida o professor poderia realmente atuar como mediado desse movimento em espiral cultura-filosofia-linguagem? Como é esse papel de mediador?
            A outra questão necessária seria: aplica-se à sociogênese o conceito de zona de desenvolvimento proximal? Isto é, há aspectos determinados que estão em vias de serem adquiridos pelos alunos ( de ensino médio) no qual a atuação do professor seria privilegiada? E a conseqüência necessária disso, há aspectos da cultura que ainda não estão no horizonte de aprendizado do aluno, no qual qualquer esforço por parte do professor seria fadado ao fracasso?
            Enfim, a questão de base, como se disse: é possível fazer essa divisão entre zona de desenvolvimento proximal, potencial e adquirido?
            Outro problema: como tornar isso um roteiro de pesquisa?

Por Olavo Antunes de Aguiar Ximenes RA 063447
           

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.