segunda-feira, 9 de maio de 2011

Análise Crítica- S5

         Segundo Vigotsky a atividade consciente (AC) tem três características principais: como o próprio nome diz, ela é sempre consciente e, portanto, nunca é inconciente como defende Freud; diferente dos outros animais que agem de forma imediatista, o homem age de forma premeditada, elabora e reflete as suas ações antes de efetuá-las; alem disso, outra importante característica da AC é que o homem é capaz de aprender, assimilar  e transmitir os ensinamentos e informações recentemente adquiridos através da linguagem.
             Alias é através da linguagem que se dão as relações sociais, inclusive as de trabalho. Para Vigotsky é o trabalho e os problemas  e necessidades que ele proporciona que fazem com que o homem tenha a necessidade de criar um instrumento ou de adaptar um instrumento já existente.  Porem, novamente diferente dos animais, o homem, devido a linguagem, ao criar ou adaptar um instrumento deixa-o para a posterioridade, podendo este ser utilizado por ele mesmo ou por outro homem no futuro.
Essa “imortalidade” dos instrumentos só existe devido a possibilidade de transmissão de informações possível somente com o advento da linguagem. Foi através desse advento que o homem foi capaz de criar a imagem, ou seja, foi capaz de duplicar o seu mundo criando para cada objeto real uma imagem interna. Dessa forma o homem e capaz também de abstrair e generalizar essas imagens, organizando seus pensamentos internos como que se guardasse suas informações em gavetas internas.
Criticando Piaget por ser muito experimentalista, muito preso as características biológicas do homem, Vigotsky analisa a fala egocêntrica: uma fase pela qual passa o individuo no processo de construção da estrutura do pensamento. A fala egocêntrica, que aparece depois da fala social e antecede a fala interna (comum a partir da adolescência), tem como característica a liberação de tensão, de exposição dos sentimentos.
Ainda criticando Piaget, o Vigotsky discorda da separação feita entre o principio do prazer e da realidade, pois acredita que uma necessidade pode ser realmente satisfeita mediante a uma adaptação da realidade. Dessa forma, Piaget eleve o prazer, fator secundário biologicamente importante, à força motriz primordial do desenvolvimento psíquico, sendo forçado pela lógica a apresentar o pensamento realista como algo dissociado das necessidades internas e desejos concretos.

Bruno Guerra Cianciarulo

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