segunda-feira, 2 de maio de 2011

Desenvolvimento e aprendizagem S3

Paulo Ferreira Junior, RA 089961

1ª Parte

Vimos no texto A imaginação e a arte na infância que Vygotsky relaciona sistematicamente dois impulsos da atividade humana: a reprodução e a criação. Mais precisamente: o homem pode reproduzir porque dispõe de elementos gravados na memória, e o homem pode combinar esses elementos criando outros. Essa capacidade de combinar, Vygotsky chama de imaginação e ela é fundamental para o desenvolvimento humano.

Para o autor d’A formação social da mente, o ato de pensar está intimamente ligado ao uso de signos na atividade mnemônica. Segundo alguns testes[1], o uso de auxiliares externos é fundamental na atividade mnemônica. Ou seja, o signo funciona como um instrumento que evoca a memória e ajuda a controlar o comportamento.

Porém, Vygotsky adverte que o signo não é um mero instrumento. Mais do que uma atividade mediadora entre o indivíduo e o mundo, a atividade com signos é uma ação orientada internamente, isto é, ela opera tanto no plano objetivo quanto no plano subjetivo. Nesse sentido, a verdadeira ligação entre as atividades com instrumentos na natureza e o uso de signos é que a alteração que o homem provoca na natureza altera a natureza humana: “o uso de meios artificiais muda, fundamentalmente, todas as operações psicológicas, assim como o uso de instrumentos amplia de forma ilimitada a gama de atividades em cujo interior as novas funções psicológicas podem operar” (p. 73).

A atividade com signos é própria das funções psicológicas superiores e são internalizadas do seguinte modo: (i) uma operação que inicialmente representa uma atividade externa é reconstruída e começa a ocorrer internamente; (ii) um processo interpessoal é transformado num processo intrapessoal; (iii) tal transformação é resultado de uma longa série de eventos ocorridos ao longo do desenvolvimento.

[Continua...]

Bibliografia

Vygotsky, L.S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1994.



[1] Os testes com cartões coloridos de Leontiev (Cf. p. 54-60).

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