quarta-feira, 18 de maio de 2011

Resenha para a atividade prática do texto “Representações e memórias compartilhadas: deságios para os processos de ensino e aprendizagem da história”.

Segunda resenha para a atividade prática do texto “Representações e memórias compartilhadas: desafios para os processos de ensino e aprendizagem da história”.

Por Olavo Antunes de Aguiar Ximenes RA 063447

A PARTE PRÁTICA
            O artigo, apesar de constar no resumo como uma tentativa de ‘identificar e analisar as representações (sociais) (...) acerca dos negros na história do Brasil’, é sobre uma pesquisa empírica que almeja entender o processo de aprendizagem na sua interação com as representações sociais já dadas; isto é, é uma pesquisa que busca entender como as representações anteriores ao processo formal de educação se modificam (ou não) no decorrer do processo de intermediação do professor.
Tal perspectiva coloca em evidência que (i.) o aprendizado de um conteúdo é mediado por conteúdos prévios já dados, socialmente construídos e partilhados e (ii.) o aluno é um sujeito ativo do conhecimento; isso, por sua vez, cria os seguintes problemas, como (i.) identificar e trabalhar com as representações sociais prévias dos alunos, problematizando-as, o que implica uma questão de fundo: como o professor poderia em primeiro lugar identificar essas representações prévias que jogam um papel importante no processo de formação, (ii.) qual seria uma abordagem pedagógica adequada.
Sem entrar em detalhes, a faixa etária dos alunos pesquisados era de 9 a 11 anos, o método usado foi desenho seguido de conversas para que o próprio aluno explicasse o que queriam dizer com os desenhos. Num segundo momento, após o processo de intervenção do professor, era requisitado aos alunos que fizessem de novo o desenho (o tema dos desenhos era o mesmo: o negro na história do Brasil) e que o explicassem, isso possibilitou contrastar se houve – e qual foi – as mudanças das representações sociais no grupo de alunos após a intervenção.
Para os objetivos da atividade prática, o que fica, de um lado, são as sugestões de método para fazer surgir as representações sociais já dadas e, para nós enquanto professores, fica , de outro lado, o apontamento da importância de trabalhar com as representações sociais pré-existentes nos alunos anteriores ao ensino formal do conteúdo.
O método foi: desenho, uma entrevista para o aluno se explicar e, depois, após as aulas, outro desenho sobre o mesmo assunto seguido de uma nova entrevista.
            É claro que, no nosso escopo de trabalho, não poderíamos fazer tantas entrevistas – e analisá-las fazendo saltar seus núcleos conceituais - e nem muito menos poderíamos fazer intervenções diretas no processo de ensino; porém, fica a sugestão de um modo de abordagem das representações sociais para crianças de 9 a 11 anos. O importante é que o assunto não pode ser abordado diretamente evitando que o entrevistado fale o que ele acha que era esperado.
 A PARTE TEÓRICA
            Brevemente, o artigo pressupõe que haja um quadro conceitual de representações sociais sobre diversos assuntos já muito cedo na história da criança e que esse quadro conceitual, essas representações sociais ou esses conhecimentos prévios (são todos termos usados pelo artigo) têm um papel fundamental nos processos de aprendizado, porque eles intermedeiam novos conhecimentos. Destarte, do ponto de vista do educador, a tarefa é trazer à luz esses conhecimentos prévios, problematizá-los; do ponto de vista da pesquisa em educação, é saber como a educação pode influenciar esse quadro. Deve-se ressaltar que esse quadro prévio não é imutável, mas é social, partilhado e modificado por cada individuo no seu processo de construção da identidade própria e social.
            Em suma, esse quadro de representações é fruto de um interação com o ambiente e de uma (re)construção própria. (não trataremos da questão do núcleo duro).


Fonte:
SIMAN, LANA. Representações e memórias compartilhadas: desafios para os processos de ensino e aprendizagem da história in Cd. Cedes, Campinas, vol. 25, n67, set/dez 2005

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