sábado, 21 de maio de 2011

Observação na Escola. (Atividades Práticas)


A observação foi feita numa escola de Educação Musical do Município de Hortolândia. É uma escola gratuita que atende  jovens dos 7 aos 16 anos de idade.
Bom, postarei o que foi observado nas aulas.
Aula Individual de Instrumento- Professor e aluno na sala. Professor de clarineta. (Márcio,aluno de 9 anos).
O professor orientava, auxiliava o aluno com o tempo do exercício batendo palmas e quando o som do instrumento não saia o professor perguntava ao aluno se ele sabia o porquê daquilo, qual era o erro, o que ele estava fazendo que não estivesse dando certo. Depois ele(professor) apontava ao aluno onde estava o erro e sempre dizia ao aluno:"Não, Vamos lá! Tá legal. Coloca o dedinho certo se não não sai."Os dois tocaram um dueto e o professor explicou o que era um dueto."- Aqui eu toco a parte de cima e você a de baixo, depois a gente inverte.Dueto vem de dois, para duas pessoas tocarem juntas."
No meio da aula entrou o amigo do Márcio, o Gabriel de 7 anos, e foi desmontar a clarineta.Ele colocou o instrumento na cadeira de forma que o instrumento estava caindo e ia deixá-lo lá.O professor que estava dando aula parou com tudo e falou para ele não fazer aquilo.Pegou então a caixa do instrumento, pôs na mesa, abriu a caixa e disse:” Assim que é pra fazer.Eu te ensino toda a aula.Você tem que tomar mais cuidado.”O Gabriel então começou a desmontar o instrumento de forma errada e o Márcio quando viu falou na hora: “NÂO! Está errado.É pro outro lado que desmonta.O professor ensinou certo.”
Aula Coletiva de Instrumento- Professor com 6 alunos(4 de uns 13 anos e 2 de aproximadamente 8 anos). Aula de Percussão.
O professor começou a aula fazendo alongamento com os alunos. Ele usava termos como calor, nado borboleta, nado costas para retratar o tipo de aquecimento. Ele pediu para que os alunos pegassem a baqueta (“acessório” usado na percussão- “pauzinhos de madeira”) e pegava na mão do aluno para mostrar como segurava a baqueta.( O professor me disse que ele não estava preocupado em que o aluno segurasse a baqueta realmente do jeito certo, pois estas técnicas o aluno não tinha “capacidades psíquicas”  no momento.Seria algo que ele desenvolveria depois).
Os alunos começaram a tocar os instrumentos e o professor os auxiliavam na leitura do exercício falando palavras no lugar do tempo das notas. Exemplo: Usava gato para duas colcheias e semínima para cão (Considerando a pulsação/tempo como a batida do relógio-ponteiro dos segundos- temos um tempo, ou seja, neste contexto, uma semínima ).
Ele cantava o exercício: ”gato, gato, gato, gato.Cão, cão, cão,cão.”Ele(professor) perguntou se alguém sabia o que era a mínima, e um aluno disse que era uma nora prolongada.O professor respondeu:  “no lugar de duas notas (semínima) eu coloco uma. Imagine que eu fosse bem gordo. Eu entrava no lugar desses dois (alunos que estavam no instrumento) e eu ocupava o lugar dos dois sozinhos. A palavra para isso é Bo-oi.Em cima da nota tem uma “flechinha”  ( > )- um aluno falou maior que um- e esse é o acento, a nota tem que ser mais forte e a nota que não tiver o acento mais fraca.  Por exemplo o frevo.Alguém sabe o que é o frevo?” Aluno: Sim, é aquilo que eles dançam com “guarda-chuva”.Professor: É. Eu vou tocar o frevo sem o acento. Ó como fica sem graça. O frevo é pra ser tocado na rua para as pessoas dançarem, e sem acento não dá pra dançar.- O professor toca com o acento- Olha como fica legal, dá até pra dançar.
Os alunos executam então o exercício com o acento. Tudo foi tocado com u pano em cima do instrumento para abafar o som. Eles tiram então o pano para ter a sensibilidade do instrumento, para ouvir o som real do instrumento. O professor brinca, dá exemplos próximos á realidade dos alunos e os alunos se divertem e tocam certo. Ele para de cantar “gato, cão” e os alunos continuam tocando, mas se perdem um pouco.
O professor pegou o grupo de 6 alunos e dividiu em 3 grupos de 2, conforme os alunos já estavam separados por semelhança de instrumentos. Ele passou cada grupo separadamente e depois os fez tocar juntos. Tinham dois alunos, que estavam no mesmo grupo menor, que eram menores que os outros e tinham um pouco de dificuldade de acompanhar o ritmo dos outros, mas estavam lá, tentando.
Esses dois alunos com idade entre 7 e 8 anos vieram no horário errado de aula e para não ficar sem aula o professor deixou que fizessem aula com os alunos maiores (14 anos aproximadamente).Perguntei ao professor o porquê disso e ele me disse que uma vez um professor seu falou que se ele quisesse tocar bem tinha que tocar com gente melhor que ele, e que essa experiência para os meninos foi boa pois eles tiveram que "se virar" e realmente eles se saíram super bem.(Zona de Desenvolvimento Proximal)
O professor falou aos alunos que eles precisavam ter a leitura antecipada. “Vocês tem que ler tudo o que vem na frente se não, não dá tempo de tocar o que vem depois. Tem que ler sempre um pouquinho na frente. Tenta memorizar o finalzinho de uma linha para ir para a outra.  Já a digitação é a forma como a mão tem que toca, a mão que você vai usar para tocar da nota. Usa o R para a mão direita e L para a mão esquerda. Metade da linha tem a digitação marcada  a outra não. Vocês tem que usar a mesma digitação que estava marcada antes.
Os alunos executam a lição  com digitação, acento e sem o auxilio do professor.Eles erram um pouco mas continuam tocando, vão se achando no meio do exercício. Essa aula tem aproximadamente 50 minutos.
Aula Coletiva de Instrumento Professor de trompete. Alunos de aproximadamente 7 anos de idade e dois com 12 anos. O professor ficou usando alguns termos que estavam fora do alcance das crianças talvez por eu estar presente e falar que era da Unicamp. O professor concluiu o mestrado na referida universidade.
O professor faz uma rotina de estudo diário com os alunos. Fala sobre postura, respiração e todos fazem o aquecimento (tocar alguns exercícios antes de começar tocar as lições) junto. Ele disse que não usava os temos “Não é assim”, e sim, “Pode ser assim”. Por imitação o professor ensina os alunos. Ele toca e os alunos tentam imitar o som que o professor fez.
Professor: o aluno precisa acreditar no que o professor faz e aprender que é preciso estudar. O esforço é gostar do que faz, é ter paciência.
Aula coletiva de teoria. Alunos de aproximadamente 12 anos e alguns alunos de 8 a 10 anos. Professora formada em mestrado pela Unicamp.
A professora ensinou o que era sinais de alteração mostrando um tecladinho(ela deu para cada aluno um teclado de papel).
Professora: nós temos o sustenido ( # ) que eleva a nota 1 semitom(metade de um tom).O tom é a distancia de uma nota branca do teclado para outra nota branca. O bemol ( b ) abaixa a nota um semi-tom. Não pode ser o bezinho de mão nem o B.











O bequadro anula o sustenido e o bemol.Para fazê-lo eu faço um L e um 7 .
Professora: alguém sabe como chama o sinal que tem o x? Lembra Stephany que já aprendemos?
Aluna: Vale consultar?
Professora: Vale consultar.
A aluna não acha. A professora explica que o dobrado sustenido ( ## ) eleva a nota um tom. E o dobrado bemol(bb ) abaixa a nota um tom.
A professora ensinou o nome das notinha pretas.O aluno ficou com dúvida e ela pôs o dedo e mostrou no tecladinho onde estava a nota.Ela andou pela sala para saber se todos estavam escrevendo certo e auxiliou os alunos com dúvida mostrando-lhes o lugar certo das notinhas.
Professora: Quem já ouviu falar na clave de fá?
Aluno1:  ele tem o nome diferente da de sol.
Aluno2: ela é a metade de um coração.
Aluno3: a clave de fá é duas notas acima da de sol.
Professora: A clave de fá chama fá por causa da nota fá.Ela fica na linha do fá. O símbolo dela é .




 ( É um fá que passou algumas mudanças.)


A professora desenhou as duas claves, a de sol que os alunos já conheciam e a de fá, que tinham acabado de aprender, e pediu para os alunos completarem o nome das notas nas duas claves.
A professora me disse que a metodologia de ensino que ela usa não é a “mais adequada”, ela não aceita muito, mas como nas reuniões os professores dos instrumentos pediram que ela ensinasse na forma de “decoreba” ela teve que fazer. Foi o que a escola pediu. Que os alunos olhassem para a nota e já soubessem o nome e a duração dela. ”-Eu tenho que ensinar que a semibreve vale quatro tempos, porque quando o aluno for ler a semibreve (na parte da banda ou no método) e o professor perguntar quanto tempo vale, eles tem que responder, tem que saber ler as partes da banda.”
Ela é contra este método mas é o que a escola quer e ela procura deixar de forma descontraída, fugindo um pouco d decoreba. O trabalho que ela faz com as crianças até 8 anos de idade é diferente. Ela brinca com os alunos, dá instrumentos para eles tocarem, ensina as notas na flauta doce, etc.
Aula coletiva de instrumento Professor de saxofone. 3 alunos de 10 anos aproximadamente.
O professor deu os recados para a turma como o dia de aula, apresentações dos grupos, etc. Ele explicou o exercício para os alunos e perguntou o que era ligadura.Os alunos disseram que anota valia 6 tempos.
Professor: Vale 6 tempos porque eu somo 2+2+2 e dá 6 tempos.Cada nota vale doía tempos, ligando-as eu tenho 6 tempos. Eu mudo a nota (sol, lá,sol) mas o tempo continua 6.
As alunas responderam, quando perguntado pelo professor, o nome das notas e a duração delas.
O professor falou que precisariam mudar a aula de quarta- feira para sexta-feira e um aluno falou que precisaria para com a teoria (que também é de sexta, só que em outro horário) para fazer aula de sax. A outra aluna da sala disse que ele não poderia fazer isso porque é na teoria que ele vai aprender a tocar, a ler a partitura. O aluno disse que tudo bem, que dava para ele fazer as duas aulas.
O professor fez cada aluno tocar separadamente, ouvindo e corrigindo cada um deles e depois os fez tocar juntos.
Um aluno não estava conseguindo tocar e o professor depois de insistir falando que a posição da mão dele estava errada e que assim ele não conseguiria tocar, pegou o saxofone e tocou para ele das duas maneiras (com a mão errada, como o aluno estava fazendo, e com a mão certa, como o aluno deveria fazer). O aluno depois de muita insistência do professor colocou a mão da maneira correta e consegui tocar.
O professor explicou quais os exercícios deveriam ser feitos na próxima aula e como os alunos deveriam tocar.

Mayara Rquel Filier  R.A. 103540

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