quinta-feira, 19 de maio de 2011

Reflexões para o seminário do grupo Alteridade/Deficiência

 Yan (089978):

Algumas reflexões que surgiram a partir da leitura do texto da Andréia Zanella (Sujeito e alteridade: reflexões a partir da psicologia histórico-cultural):

- achei interessante a consideração (p. 101) do inconsciente como potencialmente consciente.... está relacionado com o papel do professor de contribuir para a conscientização da condição do sujeito em relação a outras identidades (talvez no sentido de desfazer preconceitos) ---->para  nós acho que deveria surgir como uma pocibilidade de trabalharmos a questão do desenvolvimento e da aprendizagem no sentido de superação de preconceitos, relacionando com diversas identidades analisadas nas escolas... (Professor/diretor X alunos) (tribo dos "nerds" X tribo dos "bagunceiros") (Aqueles que se vestem bem, os que vieram de escolas particulares ou "ricos"  X aqueles mais "simples" mais "humildes" ou de escolas públicas, mais "pobres")  Lembrando que não precisamos e talvez não devemos deixar evidente estas considerações, perguntamos segundo estes grupos mas não dizemos isso pra eles (evitamos isso inclusive nas perguntas)

- Outra coisa, que se relaciona muito bem com o ponto anterior, é o tratamento da palavra em sua "dupla face": ela vêm de alguem e se destina a alguem (p. 102) . Ou seja, ela constrói o campo de interlocução entre os sujeitos que se comunicam. O que tem a ver com o ponto anterior? Quando faremos perguntas para os sujeitos, não podemos deixar implícito esta consideração dos grupos (acima) e dos conflitos se isto der instrumentos para que eles respondam de modo a fugir dos conflitos, do mesmo modo que o professor não pode fazê-lo de modo que reforce os preconceitos ou os acomode. Perguntas muito diretas podem ter este resultado: evidencia no enunciado o conflito e afasta o interlocutor de uma resposta espontânea, constrangendo-o antes dela.

-A última coisa que pensei em considerar para a realização empírica da comparação da teoria de Vigostsky com a vida escolar é uma idéia bem complexa, de constituição social do sujeito humano. A idéia de que há um eu e não há: cada pessoa é um "agregado e relações sociaisencarnadar num indivíduo" (Vigostky citado por Zanella, p. 103). Isto significa que as pessoas são singulares por suas combinações de valores, gostos, experiências, etc. mas não são pois estes valores são constituidos em sociedade e não há indivíduo isolado da vida social e destas determinações do meio em que vive. Nós, como indivíduos determinados igualmente por estas relações sociais devemos ter uma sensibilidade aguçada para colocar-se no lugar do outro (do negro, do pobre, da mulher, pra citas aquelas identidades que mais sofrem discriminações e, por isso mesmo, apresentam-se em formas de resistênia difíceis de identificar) quando nos propomos a fazer um trabalho sobre alteridade. Se estamos sendo guiados pela teoria de Vigostky, então, temos muitas pistas e contribuições para realizar um trabalho interessante, em vários sentidos, inclusive, politicamente.

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