Análise Crítica S3/S4 ---Desenvolvimento e Aprendizagem

Nome: Mayara Raquel Filier                         RA: 103540     

EL511 – Psicologia e Educação               Profª Drª Heloísa Matos Lins                     

Análise crítica – S3/S4 - Lev Vygotsky  Desenvolvimento e Aprendizado.

A relação entre desenvolvimento e aprendizado são contraditórias e ainda obscuras pois não foi suficientemente discutida. Há algumas linhas de pensamentos, grandes posições teóricas referentes a ela que serão explicadas abaixo.

A primeira, defendida por Piaget, diz que o desenvolvimento vem antes do aprendizado. Este se utiliza dos progressos feitos pelo desenvolvimento, mas não o influencia nem o direciona. Ela exclui a noção de que o aprendizado pode ter um papel no curso do desenvolvimento ou maturação daquelas funções ativadas durante o próprio processo de aprendizado. Vygotsky faz uma crítica ao Piaget destacando que este pesquisador analisa o ato de pensar e suas respectivas funções como se ocorressem sem qualquer influencia do aprendizado escolar.

A segunda, defendida especialmente pelos behavoristas diz que aprendizado é desenvolvimento. O desenvolvimento, como na primeira teoria, é concebido como elaboração e substituição de respostas inatas. Porém para os teóricos desse grupo, aprendizado e desenvolvimento coincidem em todos os pontos, são processos que ocorrem simultaneamente. Diferente de Piaget que afirma que os ciclos de desenvolvimento precedem os ciclos de aprendizado.

A terceira posição tenta superar os extremos das outras duas, simplesmente combinando-as. A teoria de Koffka é exemplo claro. Para ele o desenvolvimento e aprendizado são dois processos independentes que interagem afetando-se mutuamente: aprendizagem causa desenvolvimento e vice-versa.

Embora Vygotsky rejeite todas as abordagens teóricas descritas acima, ele admite que a análise das mesmas levou-o a uma posição mais clara e adequada sobre a relação desenvolvimento/aprendizagem.

 Para Vygotsky a aprendizagem está presente desde o primeiro dia de vida da criança. Qualquer situação de aprendizagem tem sempre um histórico precedente, ao mesmo tempo em que produz algo inteiramente novo no desenvolvimento da criança. Para ele é de extrema importância a relação do indivíduo com a sociedade, o ambiente sócio-cultural pois é aí que as trocas, as experiências acontecerão resultando em novos aprendizados e no consequente desenvolvimento da criança. Para ele o aprendizado “empurra” o desenvolvimento que resultará em um novo aprendizado e assim sucessivamente.

 A partir daí Vygotsky criou o conceito de Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP) que é a distância entre o nível de desenvolvimento real (o que já foi aprendido, já foi desenvolvido) e o nível de desenvolvimento potencial( o que ainda poderá ser aprendido, desenvolvido através da orientação, colaboração de companheiros mais capazes, seja o professor ou não). Sendo assim cabe a escola promover aprendizagens aos alunos, pois é nela que a mediação acontece, que o N.D.R  através da Z.D.P passa para o N.D.P que posteriormente será amadurecido tornando-se um desenvolvimento real. É na escola que o professor é (ou ao menos deveria ser) capaz de auxiliar o aluno, dar ferramentas para que este se desenvolva. O que devemos prestar atenção é que não adianta darmos uma atividade a uma criança que ela ainda não é capaz de codificar a informação, de transformá-la seja por meio da imitação ou não, em aprendizado, em desenvolvimento real. Pois talvez esta criança não tenha atingido um nível de desenvolvimento real para que através da mediação um novo desenvolvimento aconteça. É como se fosse uma “linha do tempo”. Não se sabe onde passa da Z.D.R para a Z.D.P e uma posterior Z.D.R mas elas vão acontecendo sucessivamente, e são responsáveis pelo desenvolvimento da criança.

Vygotsky, L.S. A formação Social da Mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. SP Martins Fontes, 1998.