segunda-feira, 2 de maio de 2011

Análise sobre a teoria Pigetiana: uma breve comparação com a teoria vigotskyana

Ana Carolina Mayumi Inuy. Dança. RA: 090318


Sobre Piaget e Vigotsky, creio que é importante iniciar dizendo que ambos são interacionistas: considerando que o sujeito recebe isso de maneira ativa. O primeiro se coloca a partir da psicogênese, ele visava estabelecer o caminho percorrido pela inteligência desde o nascimento do indivíduo até a idade em que apresenta capacidade de raciocínio adulto, e como se formam as estruturas mentais que possibilitam o conhecimento Já Vigotsky, parte da sociogênese, conceito referente às possibilidades de otimizar a formação do indivíduo a partir da história cultural e do ambiente em que o está inserido. O primeiro crê que o desenvolvimento do pensamento vai do individual para o social, enquanto o segundo crê que vai do social para o individual.
            Sobre a fala egocêntrica, uma primeira manifestação do pensamento que não tem intenção de ser dividida, Piaget acredita que ela é a manifestação do pensamento da criança, sendo que “o egocentrismo como ocupando uma posição genética, estrutural e funcionalmente intermediária entre o pensamento autístico e o pensamento dirigido” (VIGOTSKY, 1991 3ª Ed), e para ele, ela sumiria e daria lugar ao pensamento egocêntrico; enquanto Vigotsky, não coloca que ela some, mas sim que ela se interioriza. O que na verdade não gera muita discussão, pois para mim são termos diferentes com o mesmo significado
É curioso observar que os dois procuraram por Marx, mas por motivos diferentes. Piaget e Marx usaram em parte da mesma dialética, enquanto Vigotsky concordou com Marx no ponto em que não é possível comparar pessoas em situações desiguais. O que apesar de parecer muito correto, não cabe na teoria piagetiana, uma vez que ele não estudou pessoas em situações desiguais, as minorias.
            O que me agrada na teoria piagetiana é a divisão nos quatro estágios que são: sensório motor, pré-operatório, operatório concreto e operatório formal. O que me incomoda nessa ideia é o fato de o Piaget ter fixado idades padrões para esses estágios, o que já foi corrigido pelos neo-piagetianos. Essa questão das divisões se relaciona ter concentrado a respeito do pensamento das crianças, aquilo que elas tem e já aprenderam a executar sozinhas, sem pensar naquilo que lhes falta e representa as capacidades em potencial a serem desenvolvidas e adquiridas, como considera o Vigotsky com os seu conceito de zona de desenvolvimento proximal.
            Para Piaget, o desequilíbrio é o que dá à criança a habilidade de adaptação, processo em que ela é capaz de modificar a realidade em que interage e de transformar a si mesmo, alcançando assim o equilíbrio progressivo; semelhante à teoria vigotskyana, e curiosamente diferente do que é aplicado na educação, na qual os erros são vulgarmente julgados como desmérito.


Bibliografia:

VIGOTSKY, L.S. Pensamento e linguagem. 3a ed. SP: Martins Fontes, 1991
OLIVEIRA, M.K. Vigotsky: aprendizado e desenvolvimento: um processo sócio-histórico. SP: Scipione, 1997. (Pensamento e ação no manifesto).
VIGOTSKY, L.S. A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. SP: Martins Fontes. 6a ed, 1998.
           

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