Paulo Ferreira Junior, RA 089961
2ª Parte (continuação)
Nessa perspectiva, o desenvolvimento interage e, de certa forma, depende do aprendizado. Vygotsky reforça essa interpretação com a noção de zona de desenvolvimento proximal (ZDP) através do seguinte experimento: uma criança de 10 anos é submetida a alguns testes. Segundo a Psicologia, as tarefas que a criança desenvolvia sozinha indicavam o nível de desenvolvimento real, e, costumeiramente, era esse o nível que importava. Nesse caso, poder-se-ia chegar ao resultado de que uma criança de 10 anos poderia, e.g, ter o desempenho de uma criança de 8 anos. Essa perspectiva indicava apenas o ciclo de desenvolvimento já completado. Esse mesmo experimento era repetido, porém a criança podia ser auxiliada por um professor ou colega. Já nesse caso, poder-se-ia chegar a um desempenho mais avançado, e.g, uma criança de 10 anos com o desempenho de uma criança com 12 anos.
Para Vygotsky, a distância entre o nível de desenvolvimento real e o nível de desenvolvimento com auxilio define é a ZDP que, ao seu turno, revela as funções psicológicas ainda não amadurecidas; ou seja, a ZDP caracteriza o desenvolvimento mental prospectivamente. Dessa maneira, os estudos de Vygotsky abrem uma nova perspectiva sobre a interação entre o aprendizagem e o desenvolvimento.
Em suma, como vimos o homem pode reproduzir porque dispõe de elementos gravados na memória, e o homem pode combinar esses elementos criando outros. A articulação entre aquilo que é meramente reproduzido e aquilo que é criado está no uso de signos na atividade mnemônica. A articulação entre o signo e a memória é um viés profícuo para o estudo do homem porque ambos, signo e memória, contêm um caráter histórico e cultural, ambos são expressões daquilo que é humano.
[fim]
Bibliografia
Vygotsky, L.S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1994.
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