segunda-feira, 30 de maio de 2011

Análise Crítica, S7 e S8


Disciplina: EL – 511; Profª Drª: Heloísa Lins
Nome: Filipe Assis Couto RA: 081402
De acordo com as contribuições da psicologia para a prática pedagógica, fica claro que o papel do educador vai alem da tarefa de ensinar o conteúdo da matéria a seus estudantes, por mais que isso seja feito de forma eficiente. Considerando o ser humano como um ser em constante desenvolvimento, especialmente nas faixas etárias mais jovens, e considerando a afirmação de Vygotsky de que o aprendizado antecede ao desenvolvimento, o papel do educador passa a ser mais amplo e deve ter em vista não somente a apreensão da matéria pelos alunos, mas também a qualidade do desenvolvimento dos alunos como indivíduos.
Dessa forma, as pesquisas de Wallon sobre o desenvolvimento humano, olhando o desenvolvimento em vários aspectos, não somente o cognitivo, merecem reflexão por parte dos educadores, pois leva a crer que o desenvolvimento dos alunos deve ser pensado em outros aspectos alem do cognitivo.
Dentre esses aspectos, um de muita importância, porem que ainda não recebe a devida atenção é o aspecto afetivo. Esse aspecto ganha maior importância se for pensado de forma diferente do que costumava ser. O lado emocional, para Wallon, não deve ser encarado separado do lado racional, pois ambos caminham juntos e interferem no "funcionamento" um dos outros. Se considerarmos como verdade esse ponto de vista, a afetividade deve ter atenção especial na pratica pedagógica, pois passa a ser um aspecto em desenvolvimento, e que afeta diretamente a atividade cognitiva, de forma positiva ou negativa.
A forma como a questão da afetividade pode afetar o desenvolvimento do sujeito ocorre de várias formas. Uma relação afetiva negativa com certa matéria ou conteúdo, pode comprometer a interiorização desse objeto por parte do aluno. Da mesma forma, a falta de controle na área afetiva pode comprometer o rendimento do individuo em vários assuntos da sua vida, como por exemplo falar em publico, e outras atividades que exijam exposição. É muito comum observar pessoas que tem uma dificuldade grande com a aquisição de uma língua estrangeira, devido a experiencias desagradáveis com as aulas de idioma.
No ensino de musica observo a presença da afetividade em vários aspectos. Um deles é a própria relação com o instrumento musical, que pode apresentar muitas dificuldades para o aluno. Assim, o ego e a auto estima estão sempre em jogo, principalmente na aulas em conjunto. Dessa forma, acredito que o desenvolvimento afetivo não pode ser descartado do desenvolvimento com o instrumento, pois uma falta de controle das emoções pode gerar uma relação negativa com o erro, e "travar" o aluno. Além disso, a relação afetiva com o que está sendo tocado, seja um exercício ou uma peça, tem relação direta com o rendimento dos alunos.
Acredito que como educador, a reflexão sobre essas questões tem importância direta na qualidade da prática pedagógica, e por conseqüência na qualidade do desenvolvimento dos alunos, e a questão da afetividade deve ser sempre pensada, pois pelo lado bom ou ruim, ela tem interferência grande na vida do individuo

Referencias Bibliográficas


Galvão, Isabel. Henry Wallon. Uma concepção dialética do desenvolvimento infantil. Petrópolis. Vozes, 1995.

LEITE, Sérgio A. da Silva. Afetividade e práticas pedagógicas. 1ª Ed. São Paulo. Casa do Psicólogo, 2006.


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