segunda-feira, 23 de maio de 2011

Análise crítica semanas 5 e 6 - pensamento e linguagem

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
DISCIPLINA: EL511 – I “PSICOLOGIA E EDUCAÇÃO”
PROFESSORA: DRA. HELOÍSA A. DE MATOS LINS
ALUNA: SÍLVIA RENATA BRAGA E OLIVEIRA

ANÁLISE CRÍTICA SEMANAS 5 E 6 – PENSAMENTO E LINGUAGEM
A partir dos textos pelos quais nos embrenhamos nessas duas semanas, tivemos apontamentos sobre algumas teorias sobre a relação do pensamento e da linguagem no desenvolvimento humano.
Ficou claro que a linguagem, como fator humanizador de nossa espécie, mesmo não tendo seu desenvolvimento aliado ao do pensamento, tem grande influência sobre ele. Fala, ou outros tipos de linguagem, como sinais, braile etc, são catalisadores de racionalidade, principalmente nos primeiros estágios de desenvolvimento (estágios pré operatórios de Piaget) em que a criança tem a necessidade de concreticidade em seus pensamentos, adotando, assim a fala egocêntrica, que posteriormente, quando as ideias começam a se formar de maneira mais abstrata, com relações mais complexas, é internalizada.
Notamos como o professor, em meio à “falação” infantil, tem função mediadora, para direcionar essa fala, que nessa faixa de desenvolvimento está intimamente ligada ao pensamento, para o resultado mais desejado. O professor, tendo em seus conhecimentos tais teorias, deve perguntar mais, exigir respostas mais completas, e, acima de tudo, não inibir a fala da criança, mas direcioná-la para a sua verdadeira utilidade no desenvolvimento cognitivo da mesma.
Pude notar tal utilidade em aulas de musicalização infantil que tenho acompanhado em minhas atividades práticas. Para que a criança compreendesse a utilidade do pentagrama na música, fizemos várias perguntas, como: “Onde vocês já viram uma dessas?”, “O que nós podemos encontrar dentro delas?”, ou “Tem alguma coisa assim no livro de piano de vocês? E no livro de flauta doce?”. E as respostas que se apresentavam incorretas eram corrigidas por eles mesmos, até o ponto que entenderam que aquele conjunto de linhas e espaços servia para escrever notas musicais. Não foi preciso fazer qualquer explicação, pois esse era um conhecimento que eles já tinha contato, mas nunca haviam pensado a respeito. A fala, as perguntas e respostas, as correções feitas por eles próprios desenvolveu um pensamento novo, uma recriação dos conhecimentos já obtidos nas aulas de instrumento que gerou um conhecimento novo, que dificilmente será esquecido.
Agora, em se tratando de pensamentos superiores e linguagem internalizada, acredito que a maneira como ocorre essa internalização ainda é um mistério para a ciência e que tal maneira seja, provavelmente, determinante em como esses pensamentos aparecem na cabeça de cada um.
Diferentemente da criança, em que podemos ver claramente como o pensamento se constrói apenas ouvindo as falas egocêntricas e as respostas dadas ao professor, que, em sua maioria, se configuram bastante parecidas, em um adulto desenvolvido cognitivamente e pouco falante, podemos apenas notar a diferença do tempo levado para resolver alguma questão. Porém, em conversas informais em que pedi a adultos que descrevessem como os pensamentos aparecem em sua cabeça, as respostas foram as mais diversas (imagens, lembranças de cheiros, sons e fragmentos de frases), nos fazendo pensar em quais foram os fatores que apagaram os padrões infantis, levando a formas de concepção de ideias tão diversas de indivíduo para indivíduo.
Referencias: 
LURIA, A. R. - “A Atividade Consciente do Homem e Suas Raízes Histórico Sociais” in Curso de Psicologia Geral. RJ: Civilização Brasileira, 1991. (Vol.I)
VIGOTSKY, L. S. – “As raízes genéticas do pensamento e da linguagem” in Pensamento e Linguagem.

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