segunda-feira, 30 de maio de 2011

Análise crítica semana 8

  Wallon é um autor que intensifica a relação entre afetividade e aprendizagem. Suas análises são caracterizadas como "pesquisas da pessoa concreta", ja que enfatiza que, na formação do indivíduo, há uma somatória de cognição, afetividade, aspecto motor e personalidade. O desenvolvimento, então, é caracterizado como a interação entre os quatro componentes.
  Logo, o autor inclui um novo componente no desenvolvimento: a afetividade. Para ele, esta é afetada por experiências subjetivas, que exprimem significados e sentidos. Portanto, o outor fundamenta sua teoria no materialismo dialético, e ressalta a interação entre ação cultural e o processo de desenvolvimento. A isto dá o nome de desenvolvimento geneticamente social, convicto em suas percepções políticas que seguiam as tendências revolucionárias da época (GALVÃO, 1995), como o materialismo dialético.
   O autor especifica etapas no processo de desenvolvimento, e ressalta que estas funcionam num formato 'espiral', alternando a predominância cognitiva com a afetiva. Tais etapas são: I- estágio impulsivo emocional II- Estado sensório motor e projetivo III- Estágio do personalismo IV- Estágio categorial V- Estágio da adolescência.
  Wallon inclui o afeto em sua sistematização de desenvolvimento, porém o diferencia das emoções. Para ele, emoções representam o lado 'orgânico' da vida; e a afetividade envolve um conceito mais complexo, adicionando a necessidade de apropriação de símbolos.
  Sua teoria conversa, em alguns pontos, com Piaget e Vygotsky, e em outros há discordância.
  Os três autores são caracterizados como interacionistas, e tem como embasamento teórico as ideias marxistas. Assim como Vygotsky, Wallon condena a divisão entre afeto e cognição - para eles, o próprio pensamento se origina na esfera da motivação.
  Entretanto, há uma diferença entre o autor e Piaget: enquanto o segundo aprecia, na descrição do desenvolvimento, os continuismos; Wallon apresenta sua teoria pautado nas contradições. O primeiro, portanto, se caracteriza como estudioso da psicogênese da inteligência, e o segundo como autor da psicogênese da pessoa.
  Mas, qual é o significado de sua teoria no quotidiano da escola? A pesquisa de Leite (2006) dá algumas indicações. O autor conclui que a relação professor - aluno é permeada sempre pela afetividade: a postura do professor, os conteúdos verbais, o tratamento não superficial dado aos alunos. Algumas posturas muitas vezes não pensadas também influenciam na relação afetiva: a escolha dos objetivos, a organização e estruturação da aula e a própria avaliação também demonstram o caráter afetivo nas salas de aula.
  Para finalizar, considero aqui uma nota sobre a minha 'professora maluquinha', minha mãe, que com todo afeto possível me indicou qual era a profissão mais gratificante do mundo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Galvão, Isabel. Henry Wallon. Uma concepção dialética do desenvolvimento infantil. Petrópolis. Vozes, 1995.

LEITE, Sergio A. da Silva. Afetividade e práticas pedagógicas. 1ª Ed. São Paulo. Casa do Psicólogo, 2006.
Daniele Medeiros - 090853

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