quarta-feira, 11 de maio de 2011

Análise Crítica S5 e S6

A atividade consciente do homem difere do comportamento dos animais em três aspectos fundamentais: primeiro, ela não está obrigatoriamente ligada a motivos biológicos: o homem muitas vezes controla ou ignora os seus instintos por questões culturais. Em segundo lugar, ela não é forçosamente determinada por impressões evidentes, ele pode refletir de maneira mais profunda as informações que recebe do meio do que um animal. O terceiro aspecto é que o seu conhecimento e comportamento não é formado/determinado por experiências próprias, mas de toda a humanidade que lhe é transmitido pelos outros membros de sua espécie através da linguagem, ou seja, pela utilização de um sistema de signos que possam ser compreendidos por todo um grupo.
“as peculiaridades da forma superior de vida, inerente apenas ao homem, devem ser procuradas na forma histórico-social de atividade, que está relacionada com o trabalho social, com o emprego de instrumentos de trabalho e com o surgimento da linguagem.”
A linguagem surgiu por causa da necessidade de comunicação que o homem passou a ter a partir de quando começou a usar e fabricar instrumentos de trabalho, atividades próprias dos seres humanos, visto que os animais não agem pensando em suas necessidades posteriores, como o possível aparecimento de um predador ou de uma presa, mas de acordo a situação presente. Um chimpanzé pode, por exemplo, utilizar de uma vara para apanhar uma fruta, mas não guarda essa vara para o caso de precisar usá-la novamente.
Em seus estudos, Vigotsky e seus colaboradores perceberam que os chimpanzés têm uma linguagem própria, porém rudimentar, que corresponde à linguagem pré-intelectual que é usada por uma criança de até dois ou três anos. Suas funções são o alívio emocional e o contato social. Os animais não chegam à fase do Pensamento Verbal e da Linguagem Racional que caracteriza o ser humano. Quando a criança descobre que cada coisa tem o seu nome, que cada palavra tem seu significado, o pensamento e a linguagem se unem e acontece uma transformação: o que é biológico passa a ser o sócio-cultural.
Vigotsky defende que a fala sofre um processo de interiorização: para a criança, uma palavra a princípio é apenas um som, depois passa a ter um significado, e por fim um sentido. O significado das palavras é comum, todos os que pertencem a um grupo, falantes da língua portuguesa que moram em uma determinada região por exemplo, podem reconhecê-lo. Porém, uma palavra pode ter sentidos diferentes para cada pessoa, pois ele é “pessoal”, determinado na microgênese.

Mariana Ceres de Almeida, RA 097677



Bibliografia

- LURIA, A. R. - “A Atividade Consciente do Homem e Suas Raízes Histórico Sociais” in Curso de Psicologia Geral. RJ: Civilização Brasileira, 1991. (Vol.I)
- VIGOTSKY, L. S. – “As raízes genéticas do pensamento e da linguagem” in Pensamento e Linguagem.
- OLIVEIRA, M. K. “Pensamento e Linguagem” in Vytosky

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