sábado, 21 de maio de 2011

Comentário sobre o texto "Diversidade, cultura e educação" N. M. Gusmão

Eduardo Arantes
RA093673

Vamos aqui tratar do artigo “Diversidade, cultura e educação” da autora N. M. Gusmão. Este texto faz parte do livro que leva este mesmo nome e que reúne uma série de outros artigos escritos, em sua maioria, por antropólogos docentes ou pesquisadores na área de Educação.
O texto começa com a autora expondo a diversidade social, étnica e cultural existente no Brasil, fator que será determinante nas relações de vivência do indivíduo. Posteriormente esses fatores irão interferir nas relações dentro da escola, seja entre professor-aluno ou aluno-aluno. Tais interferências se dão nas imagens construídas e nos simbolismos adotados como expositor das visões de sociedade e/ou indivíduo que a escola cria. Podendo, muitas vezes, criar uma visão distorcida e generalizada e até mesmo preconceituosa dos componentes sociais em que estamos inseridos.
Tais visões podem ser designadas como imagens criadas, principalmente, no ambiente escolar e seus reflexos se dão na maneira como a criança observará seu ambiente social. Por conta disso, destaca-se a necessidade de um ensino que respeite a igualdade e exponha a diversidade existente na sociedade, para que possibilite uma nova percepção de mundo menos simbolista e mais crítica.

[...] Segundo o professor, o Sebastião é negro porque tem traços negróides acentuados: é escuro, tem cabelo “ruim”, nariz chato. É negro porque também descende de escravos, embora ele, professor, não tenha disso a imediata percepção.[...] (GUSMÃO, “Diversidade, cultura e educação”).

Percebemos do trecho acima, as imagens que frequentemente são criadas para ilustrar um determinado tipo inserido numa sociedade. Claramente nota-se a superficialidade da mesma e também um certo nível preconceituoso por salientar características que seriam “diferentes” das que são consideradas “padrão” ou “normais”. Tais descrições surgem na caracterização dos indivíduos considerados  diferentes ou os outros como denomina a autora. Contrariamente a esse modelo, a autora expõe uma visão das escolas americanas sobre o assunto. Nela o objetivo não é destacar que há diferenças, e sim apresentá-las de maneira com que os alunos entendam e respeitem a diversidade existente na sociedade. Porém, mesmo com essa metodologia, ainda há elementos generalizantes que retomam os problemas dos símbolos citados no tipo de ensino brasileiro.
Por fim podemos perceber o quão significativa e presente é a relação entre símbolos e aprendizagem. Na fase inicial de aprendizagem é o mecanismo que proporciona uma prévia de sua inserção no ambiente social, não como um atuante, mas sim como um crítico responsável por uma reflexão dos elementos que o cercam. Deve-se notar que a maneira como tais símbolos são representados, são determinantes para a concepção do aluno. Podendo sair de uma vertente reflexiva para uma vertente pré-moldada de conceitos superficiais. Assim o tratamento de elementos básicos para caracterização da sociedade, como a diversidade, não deve ser posta de maneira a classificar sua presença (como boa, ruim, predominante ou não-predominante) e sim de maneira que evidencie que são elementos presentes na sociedade e tais diversidades devem ser respeitadas.

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